sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Julho de 2010.

Essa vida deixa a desejar para todo mundo que passa por ela. Existem muitas coisas que ninguém nunca chegou nem perto de conseguir entender. Mas às vezes eu queria poder... Mas dois anos é mais do que dois meses. Eu sobrevivi, e quero sobreviver de novo.
"Daqui a 50 anos eu ainda vou saber seu nome e vou me lembrar de todas as vezes que você me fez sorrir."

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Dezembro de 2011.

... É um vazio tão grande, parece que tem um buraco ali. Tão difícil perceber se falta algo qualquer ou algo em específico. É um vazio que ninguém preenche. Mais estranho que isso é deitar na cama, ouvir música e, mentalmente, colocar toda a minha vida no lugar. Mas sempre tem uma coisa ali que não cabe em lugar nenhum, mesmo que ainda tenha um espaço vago. Pior ainda é sair da cama, abrir os olhos e perceber que a bagunça não foi organizada e não ter com quem colocar cada peça em seu devido lugar. Não poder ir além do que se quer, do que se sonha. Parece que todos os meus sonhos estão tão fora do meu alcance, tão impossíveis. Nada muda, é tudo igual. É tão engraçado desejar algo novo todos os dias e continuar sem mudanças. Sem surpresas. Olhar tão à frente e não conseguir enxergar absolutamente nada.

sábado, 4 de agosto de 2012

Outubro de 2010.

O vento úmido da chuva que caíra na noite anterior ainda estava na minha sala de visitas, tão clara, tão branca, porém tão vazia, trocava olhares comigo e com a caneca transbordando a chá de ervas, tão quente e ao mesmo tempo tão congelante. O vento me abraçava e arrepiava meus braços, a fim de congelar cada parte do meu corpo, de fazer explodir cada célula que me compunha. Bebi um gole do líquido ali exposto e estremeci, mas não de frio. “Oi, saudade! Com licença, você poderia, por favor, me arrumar um copo de capuccino? Completo sim, obrigada. É, assim é bom mesmo, ar frio + capuccino quente. Você poderia ouvir por um segundo o que eu tenho a dizer sobre aquela pessoa que você conhece tanto? Isso, isso. Bem, como eu posso começar? Me ajude, por favor. É que você a conhece tão bem quanto eu, senhorita. Não me entenda mal, saudade, você sabe muito bem o que eu estou querendo lhe dizer. É que não há ninguém no mundo capaz de roubar meu coração, porque ela já o fez, e eu não quero que ela me devolva, embora seja impossível tal fato vir a acontecer. O problema é você. Sim, você. Não interrompa e nem discorde, sabes do que eu digo, sabes de suas ações como ninguém. Não, não estou discutindo, nem me queixando. Hm, talvez só um pouco, mas está bem, agora escute, por favor. É que você torna tanta coisa mais difícil do que o habitual. Mas suas razões mudam de tempo em tempo. Você não tem razão. Me desculpe, só tentei ser um pouco mais específica, não que eu também queira que você permaneça. Saudade e vazio andam sempre juntos, certo? Certo. E, basicamente, não há salvação para isso, a menos que as duas coisas permitam certas aproximações de certa pessoa, não é? É. O vazio está sempre ali. Sempre. Por favor, tente compreender. Tente enxergar além das linhas do óbvio, faça um pequeno esforço e enxergue o desespero em meus olhos, em meus movimentos, em minha alma. Viver sem ela é viver em vão, é não ter lugar no mundo, é impossível respirar sem tê-la. Desculpe, mas você sabe que é."